15.1 EU SOU A VIDEIRA VERDADEIRA. Nesta parábola ou
alegoria, Jesus se descreve como “a videira verdadeira” e aqueles que se
tornaram seus discípulos, como “os ramos”. Ao permanecerem ligados nEle como a
fonte da vida, frutificam. Deus é o lavrador que cuida dos ramos, para que deem
fruto (vv. 2,8). Deus espera que todo crente dê fruto.
15.2 TODA VARA. Jesus fala de duas categorias de varas: infrutíferas
e frutíferas.
(1) As varas que cessam de dar frutos são as que já não têm
em si a vida que provém da fé PERSEVERANTE em Cristo e do amor a Ele. A essas
varas o Pai tira isto é. Ele as separa da união das árvores; toda árvore, pois
que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo). Quando cessam de
permanecer em Cristo, Deus passa a julgá-las e a rejeitá-las (v. 6)
(2) As varas que dão frutos são as que têm vida em si por
causa da sua perseverante fé e amor para com Cristo. A essas varas o Pai
“limpa”, poda, a fim de ficarem mais frutíferas. Isso quer dizer que Ele remove
de suas vidas qualquer coisa que desvia ou impede o fluxo vital de Cristo. O
fruto é o caráter cristão, como qualidades, que no crente glorifica a Deus,
mediante sua vida e seu testemunho. (Confirmação Gálatas 5. 22,23 – Mas o fruto
do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.)
15.4 ESTAI EM MIM. Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe
seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar e permanecer nEle. Tendo
esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e
permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira
flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui
nele pela sua permanência em Cristo. A palavra grega aqui é memo, que significa “continuar”,
“permanecer”, “ficar”, “habitar”. As condições mediante as quais permanecemos
em Cristo são:
(1) conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso
coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações;
(2) cultivar o hábito de comunhão constante e profunda com
Cristo, a fim de obtermos forças e graça;
(3) obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor e
amar uns aos outros;
(4) conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra,
resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do
Espírito Santo. (Confirmação Efésios 5.26 – Para a santificar, purificando-a
com a lavagem da água, pela palavra.)
João 15.6 – Se alguém não estiver em mim, será lançado fora,
como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
A Alegoria da videira e das varas deixa plenamente claro que
Cristo não admitia que “uma vez na videira, sempre na videira”. Ele faz nessa
alegoria uma advertência séria aos seus discípulos, porém amorosa, mostrando
que é possível um verdadeiro crente abandonar a fé, deixar Jesus, não
permanecer mais nEle e por fim ser lançado no fogo eterno do inferno (versículo
6).
Temos aqui o principio fundamental que rege o
relacionamento salvífico entre Cristo e o Crente, a saber: que nunca é UM
RELACIONAMENTO ESTÁTICO, baseado exclusivamente numa decisão ou experiência
passada. Trata-se pelo contrário, de um relacionamento progressivo, à medida
que Cristo habita no crente e comunica-lhe sua vida divina. (Confirmação em
João 17.3 – E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus
verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.) A vida eterna é mais do que a
existência sem fim. É uma qualidade especial de vida que o crente recebe á
medida que ele compartilha da vida de Deus por meio de Cristo. Isso permite ao
crente um crescente conhecimento de Deus em comunhão com o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. No NT, a vida eterna é descrita como:
( Uma realidade presente. A possessão atual da
vida eterna requer uma fé viva. A vida eterna não é obtida e mantida meramente
por meio de um ato de arrependimento e fé ocorrido no passado. Abrange, também,
união e comunhão constante e viva com Cristo (1 Jo 5.12). Não existe vida
eterna á parte dEle (1Jo 5.11-13).
( Uma esperança futura. A vida eterna está
associada à vinda de Cristo para levar os seus fiéis (Mc. 10.30; 2Tm 1.10), e
depende de viver no Espírito (Rm 8. 12-17; Gl 6.8).
Três verdades importantes são
ensinadas nesta passagem.
(a) A responsabilidade de
permanecer em Cristo recai sobre o
discípulo. É está a nossa maneira de corresponder ao dom da vida e ao poder
divino concedidos no momento da conversão.
(b) Permanecer em Cristo resulta
em Jesus continuar habitar em nós.
(c ) As consequências do crente
deixar de permanecer em Cristo são ausência de fruto, a separação de Cristo e a
perdição.
!5.7 pedireis tudo o que
quiserdes
O segredo da resposta divina à
nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é,
quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras
e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com sua
natureza e suas palavras e, portanto, mais eficazes serão suas orações. Essa
sempre foi uma parábola que me chamou muito a atenção, algo imprescindível, no
nosso relacionamento com Deus, o nosso andar com Ele é progressivo, não podemos
viver da unção de ontem, nem do milagre da semana passada, permanecer na
videira requer um constante passo de fé.
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